Taxa das blusinhas vai subir em 10 estados a partir de 1º de abril

A famosa "taxa das blusinhas" vai ficar mais cara para os consumidores brasileiros em 10 estados. O aumento é resultado da decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que autoriza a elevação nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as encomendas internacionais. Essa mudança entrará em vigor a partir de 1º de abril de 2025.
A princípio, o Convênio ICMS nº 81/2023 autorizava os Estados e o Distrito Federal a concederem redução da base de cálculo do ICMS para 17% nas operações de importação realizadas por remessas postais ou expressas. Porém, a redação foi alterada para permitir a redução da base de cálculo do ICMS entre 17% e 20% a partir de 1º de abril de 2025. Com isso, 10 estados decidiram aumentar a alíquota de ICMS sobre as encomendas internacionais para o novo limite permitido, enquanto 17 estados vão continuar cobrando a alíquota de 17%.
Estados com aumento na alíquota de ICMS para 20%
Dez estados brasileiros optaram pelo aumento da alíquota de ICMS para 20%, sendo eles:
- Acre (AC)
- Alagoas (AL)
- Bahia (BA)
- Ceará (CE)
- Minas Gerais (MG)
- Paraíba (PB)
- Piauí (PI)
- Rio Grande do Norte (RN)
- Roraima (RR)
- Sergipe (SE)
Estados que manterão a alíquota de 17%
Por sua vez, dezessete unidades da federação optaram por manter a alíquota de ICMS em 17%, sendo elas:
- Amazonas (AM)
- Amapá (AP)
- Distrito Federal (DF)
- Espírito Santo (ES)
- Goiás (GO)
- Maranhão (MA)
- Mato Grosso do Sul (MS)
- Mato Grosso (MT)
- Pará (PA)
- Pernambuco (PE)
- Paraná (PR)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Rondônia (RO)
- Rio Grande do Sul (RS)
- Santa Catarina (SC)
- São Paulo (SP)
- Tocantins (TO)
O que compõe a Taxa das Blusinhas?
A "taxa das blusinhas" é um termo popular usado principalmente nas redes sociais para se referir à taxação de compras internacionais de pequeno valor (até US$ 50), especialmente de roupas e acessórios vindos de sites como Shein, AliExpress e Shopee. O termo surgiu de forma irônica, pois muitas dessas compras são feitas por consumidores que procuram produtos mais baratos e acessíveis, e a imposição de taxas tornou essas compras menos vantajosas economicamente.
Atualmente, a "taxa das blusinhas" abrange os seguintes impostos e taxas:
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): a partir de 1º de abril de 2025, vai variar de 17% a 20%, dependendo do estado, conforme mencionado anteriormente.
- Imposto de Importação (II): 20% sobre o valor total da compra (incluindo frete e seguro) para compras de até US$ 50, e 60% sobre o valor total da compra (incluindo frete e seguro) para compras acima de US$ 50. Medicamentos no valor de até US$ 10.000 têm isenção do Imposto de Importação, caso a importação obedeça às regras da Receita Federal.
- Taxa de Despacho Postal: cobrada pelos Correios ou empresas de courier (DHL, FedEx, UPS) para processar a importação e liberar o pacote na alfândega. Atualmente, os Correios cobram R$ 15 por encomenda.
A cobrança desses impostos e taxas que compõem a "taxa das blusinhas" pode ser feita diretamente pelos Correios ou transportadoras privadas, que recolhem os impostos antes da entrega. Portanto, a entrega da encomenda depende da confirmação desses pagamentos.
Se a loja aderiu ao programa Remessa Conforme, o imposto pode ser cobrado já no momento da compra. Por exemplo, lojas como Shopee e Shein já incluem o ICMS no momento da compra na página de seus sites.