Copom aumenta Taxa Selic para 14,25% ao ano

Em reunião no fim da tarde de ontem (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 1,00 ponto percentual, fixando-a em 14,25% ao ano. Com isso, a taxa Selic alcança o nível mais alto registrado desde outubro de 2016. Essa decisão reflete uma postura mais contracionista da política monetária, em resposta a um cenário fiscal desafiador.
De acordo com nota divulgada pelo Copom, o ambiente externo ainda permanece incerto, com dúvidas sobre a nova política econômica dos Estados Unidos e seus efeitos globais. Já no cenário doméstico, a atividade econômica e o mercado de trabalho mostram dinamismo, mas com sinais de moderação no crescimento. Além disso, o Copom destacou que a inflação registrada e as expectativas de inflação para 2025 e 2026 estão acima da meta, pressionando a manutenção do viés de alta na taxa Selic.
O Que é a Taxa Selic?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todas as outras taxas de juros do país, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Quando a Selic aumenta, o custo para o governo emitir novos títulos da dívida pública também sobe. Isso pode levar a um aumento no endividamento do governo, especialmente se ele precisar emitir mais títulos para financiar suas despesas.
Além disso, o aumento da taxa Selic tem diversas consequências para a economia brasileira, tais como:
- Controle da Inflação: O principal objetivo do Copom ao aumentar a taxa Selic é conter a inflação, tornando o crédito mais caro e reduzindo o consumo. No últimos 12 meses, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) anual está em de 5,1%, bem acima dos 3% da meta do governo.
- Impacto nos Investimentos: A alta da Selic pode tornar os investimentos de renda fixa, como títulos públicos e CDBs, mais atrativos. Em consequência, o investimento nas empresas acaba sendo desestimulado por conta dos maiores riscos.
- Crédito Mais Caro: Empréstimos e financiamentos ficam mais caros, o que pode afetar tanto o consumo das famílias quanto o investimento das empresas. Por exemplo, juros mais altos encarecem o financiamento imobiliário, o que pode reduzir a demanda por imóveis e impactar os preços.
- Desaceleração Econômica: O aumento da taxa Selic pode levar a uma desaceleração geral da atividade econômica, com impacto no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Próximos Passos da Taxa Selic
Embora o Copom tenha sinalizado um novo aumento na taxa Selic para a próxima reunião, a expectativa é que o ajuste será menor que o 1,00 ponto percentual decidido ontem. Em suma, o Copom afirma que o aumento da taxa Selic vai depender de como a inflação e a economia vão se comportar nas próximas semanas.